Para além do corpo cravado de likes: a revolução deverá ser lúdica!
Sensação de estar sendo observado. Ironicamente, esse sentimento parece surpreender cerca de 94% dos humanos. Surge de maneira abrupta - inconscientemente os ombros se levantam, os olhos se arregalam e, subitamente, reorientamos o tronco em busca do possível “quem” ou “o que” causador da intuição. Para muitos, a questão pode se explicar através do instintivismo, onde seguimos preocupados com possíveis ameaças que surgiriam por trás e nos pegariam despercebidos. Acontece que, apesar de repudiarmos essa sensação causadora de calafrios e inseguranças, faz parte da vivência dos seres sociais contemporâneos se exibir publicamente em meio às plataformas digitais. E, independente de o quão privado seja seu perfil, seus dados e interesses continuam sendo coletados e examinados por uma rede inacessível e turva (que se oculta entre termos como “cookies”, “hiperlinks” e algoritmos).
Seria incoerente repudiar, quando presencialmente, essa possível exposição despercebida, mas ao mesmo tempo, estabelecer tramas de exposição voluntária? A resposta me parece se direcionar para o negativo quando tendemos a discutir a complexidade daquilo que classificaríamos como “voluntária” ou, em outras palavras, “autônoma”. Existe a possibilidade de ser autônomo dentro das redes cibernéticas? É possível dimensionar o nível de influência e controle que sofremos e que moldam nossa relação com a exposição? Acredito que essas questões auxiliam no entendimento de como podemos burlar, ou elementarmente entender, como o meio cibernético se dissolve dentro dos contextos sociais. Além disso, acredito que caso existam respostas, elas surgiriam como possibilidade de recursos da revolução lúdica.
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